sábado, 14 de setembro de 2013

Quase tudo são flores, mas nem tudo


           A música sempre influenciou minha vida, mesmo não tendo o dom algum para cantar ou tocar, apenas para ouvir, sempre com o coração. Mas mais que a melodia, sinto-a através da poesia das letras.


           A cada fase da vida, elas me soam diferentes, algumas com intensidade a ponto de encorajarem a transcrever minhas sensações. Pode ser diferente do intuito de Samuel Rosa, mas a mim, a música "Formato Mínimo" (Skank), transmite uma ideia semelhante a estória desordenada abaixo:



Quase tudo são flores, mas nem tudo





        E o que se queria ver transformado em imensos jardins, nem sequer germinou.


       Não era uma cobrança, nem um sentimento egoísta, possesivo, pelo contrário era um dos mais belos. Era apenas um "querer-perto", sincero e inocente, unilateralmente imaginado; frustrado. Os sorrisos futuros, já sentidos, tornaram-se lágrimas; decepção em seu formato máximo.


      Era uma carência melancólica, dificilmente explicável. Era o desejo da concretização de um desejo sublime, de uma vontade, que imaginava-se mútua, mas que não era. Se era, faltou a sintonia. Ou talvez a falta da sintonia fora utilizada apenas para "eufemizar" aquilo que por ele nunca fora sentido.


      Ela só queria a flor, aquela que ninguém compraria, a roubada do quintal alheio, mas que seria a mais linda se posta atrás da orelha pelas mães de quem se imaginava. Ela só queria o beijo, na testa, que externalizasse o carinho e proteção, aquela que só ela esteve disposta a permitir que fluísse.


     Mas não ocorreu, não desta vez.

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