Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.
(Pablo Neruda)
Nada tão bom como início de
romance. A empolgação típica, a curiosidade e a vontade de mais, muito mais. Quanto
aos meus “candidatos empossados”, percebo que com o passar dos anos fiquei mais
seletiva e um tanto aventureira nas “eleições”, porém o a sensação mágica após
o primeiro encontro não mudou, o friozinho na barriga continua o mesmo, ou
melhor. É bom, gostoso e saudável permitir apaixonar-se, sempre e novamente,
por outros e novos, sem nos desligar dos antigos, afinal, nada melhor que um
"flash back", não?!
A minha mais recente paixão se
deu neste mês de fevereiro, pelo falecido poeta chileno Pablo Neruda, cuja beleza dos versos cativou-me. É ele o grande responsável
por desviar-me dos adoráveis e entusiasmantes estudos sobre os Direitos: Penal
e Constitucional, além do delicioso Processual Penal, obstáculos básicos que
necessito para atingir meus objetivos. Mas a paixão é sempre maior, que bom, e
nesse caso, não causa arrependimento.
O primeiro encontro com Neruda
foi teatral, em Fulgor e Morte De Joaquín Murieta, o “Robin Hood do El Dourado”, um relato do
dito bandido chileno e sua saga em busca de ouro na Califórnia, gostei,
empolgou, penso em marcar novos encontros, talvez com Cem Sonetos de Amor.
“À
Califórnia, senhores,
me vou, me vou,
se melhora minha sorte,
já sabes aonde estou.
Se
eu topo com a morte,
chileno sou.
À Califórnia, senhores,
Me vou, me vou.” (Página 63)
O ocupante clássico de minhas
horas de prazer nos últimos meses vinha sendo Gabriel Garcia Marquez, na verdade acho que ele ainda é, e sempre
será minha grande paixão. Meu primeiro encontro como esse colombiano foi lindo:
atração à primeira lida, em Macondo, palco do Prêmio Nobel de Literatura com Cem
Anos de Solidão. Só não digo que se assemelhava à paixonite de
adolescente porque ainda era uma, li enquanto estava no início da faculdade,
desde então sempre faço questão de reviver o romance em outras obras. O encontro
mais recente fora em Do Amor e
Outros Demônios. E foi muito bom, como sempre é.
Mas mulher apaixonada é sempre
boba, nos deixamos levar por quaisquer bons papos, palavras, poesias e
narrativas. Minhas maiores paixões acontecem na América Latina, por escritores inteligentes
e sensíveis, cujas narrativas têm como palco e inspirações a própria história política
e cultural desse pedaço do continente, com apaixonantes lutas, que me orgulham
ser latina, brasileira.
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