quinta-feira, 5 de julho de 2012

O óbvio

        Essa facilidade que o ser humano possui em ser tão adaptável às vezes assusta, não? Mas, “para a nossa alegria”, é muito inspiradora e confortante , assim como uma nota de cem reais encontrada em uma mochila velha, que irá salvar o universitário nos três últimos três dias do mês.
       Nos acostumamos tanto com certas rotinas e pessoas; passamos meses, anos, até décadas, crendo veemente que aquilo que vivenciamos ou simplesmente arquitetamos nos é tão insubstituível e essencial à felicidade, ou que nada no mundo poderia superar algo ou alguém. Mas quão tolos e ingênuos somos! A vida, com toda a sua sutileza e sabedoria, nos faz envergonhar-nos de nossas angústias. Va-ga-ro-sa-mente... Quando pouco se imagina, sem ao menos que se perceba, você descobre que tudo aquilo não faz mais o menor sentido, que o presente e o futuro podem ser muito melhores do que o seu “ex- futuro imagético”, construído egoisticamente baseado em um querer momentâneo, e alheio à realidade, esta que é tão, mas tão bela, depois que a simplesmente percebemos.
       Que bom! Que alívio.... Quando nos damos conta dessa magnífica característica da vida, rapidamente remetemos às sábias palavras de Dona Clarice Lispector, que há tempos já nos avisara, de que “sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas...”, e que, esses “outros” podem ser tão mais deliciosamente belos e fofos do que poderíamos prever ou imaginar. Tudo passar a fazer mais sentido e percebemos então, que não é o Sol que está brilhando mais, mas sim que nossos olhos e mente estão livres! Ah, senhor “Tempo”! Porque não lhe conheci antes.